A empresa mineradora DEV Mineração pretende reativar a exploração de minério de ferro no Amapá, operado pela extinta Zamin, desativada há sete anos, O projeto está em fase de licenciamento e a mineradora espera obter “todas as licenças necessárias para a construção” até o fim de 2024.
A reativação da mina deve gerar aproximadamente 1,1 mil vagas de emprego diretas e 2,2 mil indiretas, proporcionando uma injeção vital de oportunidades de trabalho na área.
O projeto também abrange a recuperação de infraestruturas-chave que há muito tempo estão desativadas. A Estrada de Ferro do Amapá (EFA), que se estende por 190 km de Serra do Navio a Santana, será revitalizada para facilitar o transporte do minério até o porto
Localizado em Pedra Branca do Amapari, a cerca de 180 km da capital Macapá, o Projeto Ferro Amapá já foi propriedade da MMX e posteriormente passou para o controle da Anglo e da Zamin, e agora está sob os cuidados da DEV Mineração. Com um investimento estimado em US$ 320 milhões, a empresa planeja produzir cerca de 6 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente, ao longo de um período de 16 anos.
LICENÇA AMBIENTAL
Os pedidos de reativação das licenças ambientais para a mina e a ferrovia foram submetidos à Secretaria de Meio Ambiente do Amapá (Sema), juntamente com os estudos de impacto ambiental. Espera-se que as licenças sejam emitidas nos próximos meses, permitindo o início das operações.
Os pedidos são uma condição precedente para esse recomeço e inclui novos estudos que atualizam o relatório de impacto ambiental (EIA/RIMA) feito ainda nos anos 2000, depois que o projeto foi gestado pela MMX, mineradora fundada pelo empresário Eike Batista.
Em abril , a britânica Cadence Minerals – que detém participação de 30% na joint venture Pedra Branca Alliance (PBA) junto com a Indo Sino, de Cingapura, que tem uma fatia de 70% – concluiu uma otimização de gastos de capital que reduziu o capex necessário para reativação da planta do projeto para US$ 128,5 milhões.
Pouco depois a DEV Mineração recebeu da Agência Nacional de Mineração (ANM) a declaração de segurança da barragem de rejeitos Mário Cruz, da mina de ferro em Pedra Branca do Amapari. A mineradora aguarda agora a renovação das licenças ambientais, solicitadas em 11 de abril à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
REATIVAÇÃO DA FERROVIA
As licenças incluem também a reativação da malha de 190 quilômetros da ferrovia que liga Serra do Navio a Santana, passando por Pedra Branca, garantindo o escoamento da produção até o Porto de Santana.
O complexo Amapá é composto por uma mina, uma linha férrea e o terminal portuário privado de Santana. A operação foi desativada após o desabamento do porto, acidente que matou seis trabalhadores em 2013.
A mina em Pedra Branca tem capacidade para produzir 6 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, com vida útil de 16 anos.