Se a população e o Estado do Amapá será ou não beneficiada, somente o tempo irá responder, porém nunca antes o Estado teve nomes da política local com tanto prestigio em Brasília.
No próximo dia 1° fevereiro, o senado da república realizará eleições para eleger o presidente que comandara a casa pelos próximos dois anos. O favorito é Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Ele conta com o endosso de ao menos seis partidos: PSD, MDB, PT, PL, PP, PDT e PSB, além de seu partido, o União Brasil, juntos somam 69 senadores. São necessários ao menos 41 para se eleger em 1º turno.
Alcolumbre já comandou o Senado de 2019 a 2021, porém dessa vez, além dele, o Amapá tem outros dois nomes ocupando cargos relevantes na capital federal. Randolfe Rodrigues (PT) e o ex-governador Waldez Góes (PDT).
O senador Randolfe Rodrigues é líder do governo Lula no senado federal e, segundo informações do site de notícias Congresso em Foco, será mantido pelo presidente. Compete ao senador a difícil tarefa de aprovar pautas de interesse do Palácio do Planalto numa casa legislativa na qual a oposição, no momento, costuma falar mais alto. Durante as votações, cabe ao líder expressar a opinião do governo.
Como líder do governo, o senador tem facilidade no acesso aos ministérios do governo federal onde pode atuar em defesa dos interesses do estado, na liberação de recursos e projetos do estado do Amapá.
Já o ex-governador Waldez Góes (PDT), após governar o Amapá por 16 anos, foi guindado ao posto e ministro, indicado pelo senador Davi Alcolumbre, para ocupar o cargo de Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional do Governo Federal. A pasta tem entre suas atribuições capacitar e apoiar as estratégias e rotas de integração nacional, assim como solicitar recursos para assistência humanitária, obras emergenciais, reconstrução de infraestrutura e restabelecimento de serviços essenciais.
O ministério que já tem sob sua responsabilidade a Codevasf, acaba de ganhar o programa Calha Norte, tradicional programa das Forças Armadas brasileiras, que recebeu mais de R$ 3 bilhões em verbas de emendas parlamentares nos últimos sete anos.
Para um dos estados mais pobres do país e com número de eleitores menor que vários municípios de outros estados, como São Paulo e Minas Gerais, o Amapá ganhou bastante força em Brasília.
Muito embora já tenha eleito o ex-presidente da república, José Sarney, para o senado – que por mais de uma vez foi eleito presidente do senado – o Amapá pouca, ou quase nenhuma, vantagem política obteve para o seu desenvolvimento econômico.
Dessa vez além da presidência do senado, o Amapá tem um ministro na esplanada dos ministérios e o líder do governo no Senado Federal. Também soma a favor do Estado, o fato do governador Clécio Luis (solidariedade) ser filiado a um partido da base do governo.
Para um dos estados com o menor PIB do país e dependente de recursos federais, os próximos anos são de expectativas, que se confirmarão ou não positivas, só o tempo dirá.