Mães no Comando: A Liderança Feminina nos Lares do Amapá

No Dia das Mães, celebrado neste domingo, 11, o CONECTAMAPÁ fez um compilado de estudos e levantamentos recentes para mostrar um perfil básico da mãe Amapaense.

Celebramos a força das mulheres que, além de cuidar de seus filhos, assumem a responsabilidade de chefiar seus lares, trabalhar e seguir na luta por espaço, respeito e dignidade.

Amapá: Destaque Nacional na Liderança Feminina

De acordo com o Censo Demográfico 2022, o Amapá é o quarto estado brasileiro com a maior proporção de mulheres responsáveis por domicílios, atingindo 52,9%. Esse dado representa um avanço significaivo em relação a 2010, quando o percentual era de 38,7% em todo o país.

São 106,4 mil mulheres no comando de casas. O Amapá aparece atrás apenas de Pernambuco (53,9%), Sergipe (53,1%) e Maranhão (53,0%). A tendência reflete uma mudança significativa na estrutura familiar brasileira, onde as mulheres assumem cada vez mais o papel de líderes em seus lares.

Desafios e Superações das Mães Amapaenses

As mulheres que chefiam famílias no Amapá enfrentam diversos desafios, incluindo a conciliação entre trabalho e cuidados com os filhos, acesso limitado a recursos e, muitas vezes, a baixa remuneração salarial.

No Amapá as mulheres ganham 12,3% a menos do que os homens. No estado, a remuneração média dos homens é de R$ 2.446,06, enquanto a das mulheres é de R$ 2.144,55. É o que aponta o 2º Relatório de Transparência Salarial, documento elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres com o recorte de gênero, a partir dos dados extraídos de informações enviadas pelas empresas com 100 ou mais funcionários, exigência da Lei nº 14.611/2023. Documento reúne informações de 118 empresas amapaenses com 100 ou mais funcionários. No país como um todo, as mulheres ganham 20,7% a menos do que os homens.

Apesar disso, muitas conseguem superar essas barreiras por meio de redes de apoio comunitárias, programas sociais e, principalmente, por sua determinação e coragem.

Políticas Públicas e Apoio Governamental

O aumento da liderança feminina nos lares destaca a necessidade de políticas públicas que apoiem essas mulheres. Programas de assistência social, acesso à educação e capacitação profissional são essenciais para garantir que essas mães possam oferecer melhores condições de vida para suas famílias. Além disso, iniciativas que promovam a igualdade de gênero no mercado de trabalho são fundamentais para fortalecer a autonomia econômica dessas mulheres.

Uma pesquisa divulgada em janeiro passado pelos Institutos Aleias, Alziras, Foz e Travessia Políticas Públicas, com dados coletados entre dezembro de 2023 e março de 2024, revelou que o Amapá apresenta uma das maiores participações femininas em cargos públicos estaduais do Brasil e o maior percentual da Região Norte, com 41% do total.

O estudo também apontou que as mulheres à frente dessas pastas possuem alta qualificação e sólida experiência no setor público. Elas estão distribuídas em áreas estratégicas como políticas sociais, economia, infraestrutura e administração central, refletindo a diversidade e a complexidade de suas atuações. Atualmente, das 66 pastas que compõem a estrutura da gestão estadual, 19 são lideradas por mulheres.

Atuação Politica

Apesar do aumento progressivo da presença de mulheres na política brasileira, elas ainda são minoria sobretudo nos cargos de liderança. A prova disso é que atualmente só três das 26 Assembleias Legislativas no país são presididas por deputadas.

Reeleita presidente da Assembleia do Amapá em votação unânime, Alliny Serrão (União Brasil) é uma dessas três exceções. Formada em direito, ela foi vereadora em sua cidade natal, Laranjal do Jari (AP), antes de se tornar deputada estadual. Relata que a atuação do sogro como vereador e da sogra como deputada estadual despertou nela a paixão pela política.

“É preciso lidar com uma cobrança maior para provar capacidade, enquanto o estereótipo e o preconceito impõem barreiras que, em grande parte, não são vivenciadas por colegas homens”, diz Alliny Serrão.

Desde a transformação do Território Federal em Estado, o Amapá teve apenas uma mulher no comando do executivo. Dalva Figueiredo foi governadora por um período de nove meses, sendo a primeira governadora do estado nascida no próprio Amapá. No ano de2002 foi candidata a reeleição, mas foi derrotada em segundo turno por Waldez Góes. 

Atualmente dos 8 deputados que compõe a bancada na Câmara Federal em Brasília, apenas três são mulheres. Professora Goreth (PDT), Silvia Waiãpi (PL) e Sonize Barboza (PL). Recentemente o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela perda dos mandatos das três parlamentares por conta das chamadas “sobras eleitorais”.

Reconhecimento e Valorização

Neste Dia das Mães, é fundamental reconhecer e valorizar o papel das mulheres que, com dedicação e amor, conduzem seus lares no Amapá. Elas são exemplos de força e resiliência, contribuindo significativamente para o desenvolvimento social e econômico do estado.

Que esta data sirva não apenas para homenagear essas mães, mas também para refletir sobre a importância de apoiá-las em sua jornada, garantindo-lhes oportunidades e reconhecimento merecidos.

COMPARTILHE!

Comentários:

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress