Dara Aline, estudante de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), participou nesta segunda-feira (9) de um evento paralelo à Conferência dos Oceanos da ONU, realizada em Nice, na França.
Durante a apresentação online, Dara mostrou como seu estudo sobre as comunidades de peixes nas praias da Fazendinha e Goiabal contribui para a preservação dos ecossistemas aquáticos. A acadêmica explica que o monitoramento ajuda a identificar eventuais impactos ambientais, principalmente em áreas com presença humana, como a praia da Fazendinha.
“Esse tipo de monitoramento é muito importante porque ele ajuda a gente a entender se tem algo afetando essa comunidade de peixes. E se tiver alguma coisa afetando elas, o que pode estar causando isso? Então, é fundamental, principalmente para regiões onde já existe a presença humana, como poluição, alteração do ambiente, como é o caso da praia da Fazendinha.”
A estudante está há quatro meses em Portugal, onde realiza intercâmbio acadêmico por meio do programa de mobilidade da Ueap. Ela foi indicada pela universidade para representar a instituição no evento após um convite da vice-reitora da Universidade do Algarve, uma das organizadoras da programação.
“Eu fui selecionada para vir para Portugal por meio do programa de mobilidade da UEAP, onde a gente passa por um processo seletivo de inscrição, avaliação de currículo, e passando por todas essas etapas, eu fui selecionada para vir para o intercâmbio em Portugal.”
“Eu sempre tive o sonho de estudar fora, e sem a UEAP eu não conseguiria 1% de tudo que eu conseguia alcançar na vida acadêmica e pessoal estando aqui, de verdade. Eu tive apoio financeiro, eu passei por perrengues de adaptação, que eles me apoiaram também, então eu sou muito, muito grata a Ueap por essa oportunidade.”
Durante sua apresentação, Dara destacou que o estudo contribui diretamente com a preservação ambiental e pode ajudar no desenvolvimento de políticas públicas.
“Daí, ao longo do prazo, esse tipo de estudo tem um impacto direto na vida das pessoas, porque ambientes aquáticos saudáveis significam mais segurança alimentar, mais equilíbrio ecológico e mais oportunidades econômicas, como a pesca sustentável e o turismo. Mesmo que pareça uma realidade distante, proteger os peixes e seus habitats é cuidar de um pedaço que é muito essencial do nosso planeta. Isso volta para a gente em forma de bem-estar e qualidade de vida. E desenvolvimento sustentável também.”
Ela explicou ainda que a intenção é fornecer dados que orientem estratégias de conservação.
“Então a ideia é contribuir com informações que ajudem a proteger essas espécies antes que elas fiquem ameaçadas. Aí a gente consegue desenvolver estratégias de conservação e orientar o uso sustentável desses ambientes. Esse estudo é uma peça de um quebra-cabeça que é muito maior, que é entender a diversidade de peixes da costa do Amapá. A gente ainda sabe muito pouco sobre essa região, uma região muito extensa e que abriga uma quantidade muito grande de espécies migratórias. Então, por isso que cada dado que a gente coleta ajuda a preencher uma parte dessa lacuna.”
“Por exemplo, se a gente descobrir onde os filhotes de dourada, um peixe que é muito consumido pela gente, onde ele cresce e se alimenta, a gente consegue indicar quais são as áreas que precisam ser protegidas e em que fase da vida essas espécies ficam mais vulneráveis. Isso orienta políticas públicas, pescas sustentáveis e ações de conservação.”
A programação do evento foi organizada pela Universidade do Algarve com apoio da SEA-EU, aliança de universidades europeias que promove projetos voltados ao desenvolvimento sustentável. Com o tema “Universidades Europeias dos Mares: Conectando a Sustentabilidade às áreas costeiras globais do nosso único Oceano”, o evento reuniu autoridades, pesquisadores e estudantes de diferentes países.