Os líderes indigenas afirmam que não foram consultados sobre os projetos de exploração petrolífera.

O CCPIO (Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque) publicou uma carta exigindo a suspensão imediata do licenciamento do bloco FZA-M-59, na bacia da foz do rio Amazonas. O documento foi divulgado nesta 2ª feira (2.jun.2025) por mais de 60 caciques das etnias Karipuna, Galibi Marworno, Galibi Kali’na e Palikur Arukwayene.
“A perfuração de petróleo na região trará poluição, destruição de ecossistemas e impactos irreparáveis à biodiversidade, afetando nossa pesca, agricultura e fontes de água. Não aceitamos que interesses econômicos se sobreponham à vida de nossos parentes e ao futuro das próximas gerações”, afirma a carta.
Segundo os caciques, as etnias que habitam tradicionalmente o norte do Amapá dependem diretamente dos recursos naturais locais para subsistência –algo que pode ser destruído em caso de vazamento de petróleo.
O documento menciona especificamente o bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, além de todos os blocos incluídos no leilão da ANP (Agência Nacional do Petróleo) programado para 17 de junho. Os líderes afirmam que não foram consultados sobre os projetos de exploração petrolífera.
Segundo o conselho, os territórios indígenas foram excluídos do Estudo de Impacto Ambiental apresentado pela Petrobras. O CCPIO critica diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e integrantes do Congresso Nacional.