De acordo com dados produzidos pela Ong Aliança Bike, obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, As capitais brasileiras ganharam 280 km de ciclovias e ciclofaixas entre julho de 2023 e julho de 2024, na comparação com o mesmo período anterior, chegando a um total de 4.106,8 km.
São Paulo lidera com folga na extensão de malha, com 710,9 km de ciclovias e ciclofaixas, embora tenha acrescentado 21 km —um aumento relativo de 3,16%— até a data do levantamento. No outro extremo do ranking, Macapá (18 km), Porto Velho (23,5 km) e Manaus (28,1 km) têm as menores extensões.
O estudo mostra ainda que entre julho de 2023 a julho de 2024, enquanto o Distrito Federal teve crescimento de 50,2% de ciclovias e ciclofaixas, a capital amapaense, juntamente com São Luiz, Porto Velho, Teresina e Rio Branco, tiveram crescimento zero, ou seja, nem um metro de ciclovia foi construída.
Mesmo com uma forte cultura de uso de bicicletas como meio transporte, Macapá sofre com o descaso e a falta de projeto por parte dos gestores municipais, voltadas para o uso de bicicletas. O outro lado da questão seria o transporte público insuficiente, aliado à baixa renda como barreira para a compra de carros.
Os principais fatores para uso da bicicleta, segundo o especialista, estão associados a como a cidade cresce e se organiza.
Somadas, as capitais nordestinas têm a maior malha de ciclovias e ciclofaixas entre seus pares de outras regiões, com 1.287,3 km.
Grandes centros
Segundo Daniel Guth, diretor-executivo da Aliança Bike a classe política que quiser favorecer o uso de bicicleta, inclusive, precisa bancar a decisão. Ele cita como exemplo o uso de bicicletas em Paris, patrocinado pela prefeita Anne Hidalgo, que superou o de carros em abril deste ano, segundo estudo feito por empresas públicas e privadas da região da capital francesa
“Em São Paulo, o problema é a falta de vontade política. Tem recurso, tem projeto, tem demanda e tem programa de metas.”