Moradores e lideranças comunitárias cobram também do prefeito Furlan uma resposta diante da calamidade

Enquanto dezenas de famílias enfrentam a destruição de suas casas no arquipélago do Bailique, distrito de Macapá, por conta da intensificação do fenômeno conhecido como “terras caídas”, o prefeito da capital, Dr. Furlan (MDB), segue sem se manifestar ou apresentar medidas de apoio à população local.
Já o governador do Amapá, Clécio Luís (Solidariedade), anunciou o envio de equipes ao arquipélago. A ação estadual foi motivada por apelos diretos da população ribeirinha, que vem sofrendo com a erosão das margens e a perda de suas moradias.
Segundo informações divulgadas pelo governo, a força-tarefa interinstitucional já está em andamento e conta com profissionais do Corpo de Bombeiros Militar (CBM/AP), da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e da Secretaria de Estado da Assistência Social (Seas). As equipes têm a missão de realizar um diagnóstico técnico-social, mapear as áreas de risco iminente e promover respostas emergenciais, bem como planejar ações de médio e longo prazo para mitigar os efeitos da erosão.
Em março deste ano o governo estadual realizou uma grande operação humanitária, entregando mais de 60 toneladas de alimentos, 40 mil litros de água mineral e 1,5 milhão de litros de água potável a cerca de 2,5 mil famílias de 57 comunidades da região, afetadas por estiagem severa e salinização das águas.

A tragédia atual tem raízes no desequilíbrio ambiental provocado, entre outros fatores, pelo fechamento da embocadura do Rio Araguari, registrado em 2013. Desde então, o curso das águas mudou, passando a atravessar áreas degradadas de antigas fazendas, o que intensificou a erosão e os danos às comunidades locais. Escolas, postos de saúde, passarelas e sistemas de energia elétrica estão entre as estruturas comprometidas.
O fenômeno das “terras caídas” é caracterizado pela erosão das margens dos rios, causada pelo fluxo das águas e pelo volume das chuvas, que transportam blocos de solo instáveis, provocando deslizamentos repentinos. É uma ameaça constante às populações ribeirinhas, especialmente em regiões vulneráveis como o Bailique.
Enquanto o governo estadual age para reduzir os impactos da crise ambiental, a ausência de iniciativa e de pronunciamento da Prefeitura de Macapá gera críticas e inquietação. Moradores e lideranças comunitárias cobram do prefeito Furlan uma resposta urgente diante da calamidade que atinge um território sob jurisdição do município.