O governador do Amapá, Clécio Luís, anunciou a criação de um plano de governança para os recursos da exploração de petróleo na Margem Equatorial. A proposta inclui um fundo soberano e investimentos em preservação ambiental, infraestrutura, povos tradicionais e pesquisa. A declaração foi feita em entrevista à agência eixos, durante a OTC 2025, em Houston.
“Vamos apresentar um plano de governança sobre os recursos do petróleo. Teremos um fundo soberano. Um outro fundo para financiar o meio ambiente, populações tradicionais, povos indígenas, pesquisa aplicada, infraestrutura”, afirmou.
Exploração como resposta à pobreza
O governador defende que a nova matriz econômica sirva para reduzir a pobreza no estado. Metade da população do Amapá está inscrita no Bolsa Família. Para ele, é possível manter os índices de preservação ambiental enquanto se gera emprego e renda.
“A preservação não pode ser sinônimo de pobreza. Com o petróleo, vamos manter a floresta em pé e gerar riqueza.”
Atualmente, 97% da floresta nativa do estado está intacta, e 73,5% do território é protegido por legislação ambiental. Clécio reforça que os recursos do petróleo podem financiar a manutenção desses indicadores.
Capacitação e desenvolvimento de fornecedores
Além do fundo de governança, o governo estadual está elaborando dois estudos complementares. Um mapeia as profissões e capacitações técnicas necessárias para a cadeia de óleo e gás. O outro é um Plano de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), voltado a atrair empresas para produzir insumos e equipamentos no Amapá.
“Queremos mostrar que é possível conciliar nossos ativos ambientais com uma nova atividade econômica.”
Críticas ao Ibama
Durante a entrevista, Clécio criticou o Ibama pela demora no licenciamento ambiental para a perfuração na Foz do Amazonas. Segundo ele, todas as exigências já foram atendidas pela Petrobras, incluindo a construção do hospital de fauna.
“Tudo o que o Ibama pediu, a Petrobras já cumpriu. O hospital de fauna está pronto e o Ibama sequer foi fazer inspeção. Isso não pode ficar ao bel-prazer de alguém que goste ou não goste.”
Para o governador, a decisão deve ser tratada como estratégica e não ideológica.
“Petróleo e gás ainda são minerais estratégicos para o Brasil e serão por muito tempo. O Brasil precisa intervir para garantir o licenciamento.”
Para o governador, a decisão deve ser tratada como estratégica e não ideológica.
“Petróleo e gás ainda são minerais estratégicos para o Brasil e serão por muito tempo. O Brasil precisa intervir para garantir o licenciamento.”
