Em 2024, o Distrito Federal e o Amapá apresentaram retração em seus Valores Brutos da Produção (VBPs). O Amapá registrou Valores Brutos da Produção (VBP) de R$ 185,77 milhões, queda de 22,63% em relação aos R$ 240,08 milhões registrados em 2023. A produção de mandioca, principal item do estado, caiu para R$ 71,1 milhões, ante aos R$ 105,3 milhões em 2023. A banana seguiu como o segundo produto mais relevante, com R$ 60,8 milhões, frente aos R$ 78,1 milhões do ano anterior. O cacau, terceiro no ranking, somou R$ 41,9 milhões, também inferior aos R$ 45,1 milhões registrados no ano anterior.
Já o Distrito Federal teve um VBP de R$ 1,53 bilhão, contra os R$ 1,61 bilhão registrado em 2023, representando uma queda de 4,77%. A principal contribuição veio da soja, que somou R$ 583,9 milhões, apesar do recuo em relação aos R$ 590,4 milhões do ano anterior. O milho, na segunda posição, alcançou R$ 292,6 milhões, também abaixo dos R$ 303,0 milhões de 2023. Já o feijão registrou R$ 220,2 milhões, em comparação com os R$ 246,5 milhões do ano anterior.
De acordo com o Anuário do Agronegócio Brasileito as retrações nos VBPs desses territórios refletem desafios locais, que vão desde condições climáticas adversas até questões estruturais e preços. Os dados do Anuário do Agronegócio podem ser acessados aqui.
Embora as informações do Anuário não indiquem o surto da praga quarentenária Rhizoctonia theobromae (Ceratobasidium theobromae) nos estados do Amapá e do Pará, também pode ter impactado na produção de mandioca. A doença, que é conhecida na literatura como “vassoura de bruxa” da mandioca, foi detectada pela Embrapa Amapá nos plantios de mandioca das terras indígenas de Oiapoque, em 2024.
No último dia 30 de janeiro o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 769 declarando estado de emergência fitossanitária relativo ao risco de surto da praga quarentenária. A declaração, que valerá por um ano, visa reforçar as medidas de prevenção e evitar a dispersão da praga para outras áreas de cultivo.