Do Amapá à Sapucaí: Mangueira lança sinopse para o Carnaval de 2026

O enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra” é um mergulho no Norte do país, especificamente no Amapá

Sob a ancestralidade dos tambores e a força da natureza capaz de curar, a Estação Primeira de Mangueira lançou sua sinopse para o Carnaval de 2026. O enredo “Mestre Sacaca do Encanto Tucuju – O Guardião da Amazônia Negra”, assinado pelo carnavalesco Sidnei França em parceria com Sthefanye Paz e Felipe Tinoco, é um mergulho no Norte do país, especificamente no Amapá, onde a espiritualidade, o saber popular e a resistência negra e indígena se entrelaçam.

Mais que contar a trajetória do defensor do povo da floresta, curandeiro e marabaixeiro Mestre Sacaca, o enredo invoca sua figura como entidade – o Xamã Babalaô – para conduzir o desfile por uma Amazônia mística e negra, onde a cura, o tambor e a floresta são, sobretudo, elementos políticos vivos.

Com mais de 70% da população do Amapá se autodeclarando negra, o enredo dá visibilidade a uma Amazônia pouco evidenciada, onde os quilombos e os saberes da floresta são a base de uma identidade afroindígena.

“Não é um enredo biográfico, e sim a invocação de uma entidade através de uma mística Amazônia que explica a negritude deste lugar”, reforçou o carnavalesco Sidnei França.

A Mangueira apresenta o Brasil a partir de onde ele de fato começa: pelo Norte. É ali, no Turé – ritual de agradecimento aos seres do Outro Mundo – que se abre o caminho para os cinco encantos, cinco capítulos de um enredo que se desdobra como uma alucinação catártica na avenida. Cada encanto é um portal que revela a Amazônia não apenas como bioma, mas como território sagrado de um povo ancestral, indígena e negro, profundamente enraizado na mística resistência e sabedoria da floresta.

Ao trazer à tona a Amazônica Negra e seus encantos, a Mangueira reafirma o samba como linguagem política e popular. O carnaval da escola propõe a retomada de um Brasil inspirado no povo tucuju, evocando a força das populações tradicionais como guardiãs de saberes ancestrais e da memória coletiva.

Fonte : ANF

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