Estudo com protagonismo da UEAP revela que açaí industrializado mantém alto potencial antioxidante

O artigo, publicado na revista científica internacional Antioxidants, examinou diferentes etapas do processamento do açaí

Pesquisadores da Universidade do Estado do Amapá (UEAP), em colaboração com cientistas da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade de Brasília (UnB) e Universidad San Sebastián, do Chile, publicaram um estudo inédito que comprova que o açaí processado industrialmente preserva sua capacidade antioxidante, reforçando seu valor funcional e nutricional mesmo após o beneficiamento comercial.

O artigo, publicado na revista científica internacional Antioxidants, examinou diferentes etapas do processamento do açaí — desde a fruta in natura até a polpa congelada disponível no mercado — com o objetivo de verificar se o tratamento térmico, a pasteurização e o congelamento afetavam negativamente os compostos bioativos da fruta. A boa notícia é que, apesar da perda de parte das antocianinas e flavonoides livres, o açaí industrializado ainda apresenta níveis significativos de atividade antioxidante.

A participação da UEAP foi decisiva na condução da pesquisa de campo e na análise físico-química dos extratos de açaí coletados em diferentes momentos da cadeia produtiva. Os pesquisadores mapearam a produção em indústrias do Amapá e do Pará, com amostras coletadas em pontos-chave da transformação da fruta em produto comercial, incluindo polpa integral, pasteurizada e congelada.

“É um avanço importante para o setor produtivo e para a saúde pública, pois confirma que o açaí processado mantém propriedades que ajudam a combater o estresse oxidativo no organismo, associado a doenças crônicas como câncer e problemas cardiovasculares”, explicou um dos autores vinculados à UEAP.

O estudo também avaliou o impacto da industrialização na formação de compostos fenólicos ligados a proteínas e carboidratos, e demonstrou que, embora esses complexos sejam menos biodisponíveis, ainda contribuem para a atividade antioxidante total. Ou seja, mesmo os compostos que sofrem transformações durante o processo mantêm propriedades benéficas ao organismo humano.

Outro ponto relevante do artigo é o reforço da importância de práticas industriais adequadas, como o controle rigoroso da temperatura e do tempo de pasteurização, para preservar o valor funcional do produto final. A pesquisa também serve como subsídio científico para ampliar o reconhecimento internacional do açaí como um superalimento amazônico com potencial funcional validado em laboratório.

O trabalho é resultado de uma rede internacional de colaboração científica que fortalece o papel da UEAP na fronteira da pesquisa em biotecnologia de produtos regionais. A publicação contribui ainda para consolidar o Amapá como polo de excelência em estudos sobre a biodiversidade amazônica e o uso sustentável de seus recursos naturais.

Leia o artigo completo em:

https://doi.org/10.3390/antiox14060642

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