sexta-feira, abril 18, 2025
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Indígenas do Pará e do Amapá participam de oficina de coleta do óleo de copaíba

Indígenas dos povos Waiana e Apalai, das Terras Indígenas Parque do Tumucumaque e Rio Paru d’Este, com 4 milhões de hectares, no Pará e no Amapá, participaram de oficinas de coleta e pós-coleta do óleo de copaíba. 

As oficinas contemplaram a identificação das árvores de copaíba, próximas ao rio Citaré, e o mapeamento por meio de GPS — para alguns, o primeiro contato com tecnologia de localização por satélite —, a extração do óleo e o conhecimento sobre as técnicas de armazenamento.

Como parte do projeto Kapaju, mais de 25 integrantes da Associação dos Povos Indígenas Waiana e Apalai (Apiwa) receberam os conhecimentos tradicionais do quilombola e agente comunitário de projetos, Aldo Pita, que aprendeu os saberes da floresta, em especial da árvore de copaíba, com seu avô paraense.

“Para preservar é preciso saber usar adequadamente as árvores. Se souber fazer o furo corretamente em uma árvore de copaíba, após dois anos, a quantidade retirada de óleo é maior. Não se deve extrair tudo de uma vez, porque, depois, não há como recuperar”, alerta Aldo.

Reconhecimento em mata fechada 

A oficina também foi uma oportunidade para a troca de saberes. Tiago Apalai, cacique da aldeia Arawaka, relatou que o galho maior de uma copaibeira também aponta a direção da próxima. 

E mostrou que rapidamente poderia identificar outra copaibeira, um pouco mais à frente, cerca de 400 metros, em mata fechada. Aldo destacou que este modo de seguir a dispersão da Copaíba, também é um saber dos quilombolas. 

O aprendizado também contemplou a observação do brilho aparente nas folhas e as ondulações nas cascas das árvores de copaíba para o reconhecimento e o mapeamento. 

Dessa forma, os indígenas já identificaram a espécie copaíba marimari (Copaifera reticulata Ducke) com potencial para a extração do óleo, visando geração de renda para as populações locais. 

O próximo passo será a construção de um entreposto para que as mulheres das aldeias possam receber o óleo, armazenar, catalogar o produto e trabalhar a venda. E, também, aplicar os conhecimentos em novas áreas para que a atividade extrativista possa garantir o aumento da escala de produção.

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