sexta-feira, abril 18, 2025
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Líderes indígenas reivindicam mesmo peso que chefes de Estado na COP30

Sob o lema “A resposta somos nós”, o acampamento inclui várias passeatas pela Esplanada dos Ministérios, mesas redondas e eventos culturais

Cerca de 8 mil indígenas da Amazônia e da Oceania se reúnem , em Brasília, para exigir que seus líderes tenham “voz e poder iguais” aos chefes de Estado na COP30, a conferência sobre mudanças climáticas, que será realizada em novembro em Belém do Pará.

“Exigimos que as lideranças indígenas e das comunidades locais tenham voz e poder iguais aos Chefes de Estado na COP30, com a mesma legitimidade, poder de decisão e respeito que as representações dos países”, disse a líder indígena brasileira Alana Manchineri em uma declaração conjunta dos povos participantes.

Delegações de Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela, assim como representantes de Austrália, Fiji e outras nações oceânicas, se somaram este ano ao encontro anual dos povos originários brasileiros, o Acampamento Terra Livre.

Sob o lema “A resposta somos nós”, o acampamento vai incluir várias passeatas pela Esplanada dos Ministérios, mesas redondas e eventos culturais. Os participantes fizeram travessias de vários dias em aviões das remotas ilhas do Pacífico ou em barcos e ônibus da Amazônia profunda para participar do encontro, que se estenderá até essa sexta-feira.

A presidência brasileira da COP30 anunciou a criação de um “Círculo de Líderes indígenas” para garantir que os povos originários sejam ouvidos durante a conferência da ONU sobre as mudanças climáticas, que será realizada entre 10 e 21 de novembro na capital paraense.”Queremos ver isto em ação, queremos ver como pode se tornar tangível”, acrescentou Rabukawaqa.

“No Pacífico, temos dificuldades únicas. Mas também queremos estar aqui e mostrar ao povo indígena da Amazônia que podemos lutar juntos”, disse à AFP Alisi Rabukawaqa, representante de Fiji. O aumento do nível do mar ameaça a existência de ilhas oceânicas como Fiji.”Tem água salgada entrando nas terras onde semeamos nossa comida”, alertou Rabukawaqa, de 37 anos.

Na América do Sul, uma seca histórica no ano passado provocou uma onda de incêndios florestais que devastou quase 18 milhões de hectares de floresta amazônica só no Brasil, segundo a plataforma de monitoramento MapBiomas.

“Para mim, seria importante a COP30 convidar os caciques espirituais e não os líderes que estão na cidade. Porque os líderes que estão lá na aldeia sabem das grandes dificuldades que sofrem com a questão climática”, afirmou Sinésio Trovão, líder da comunidade indígena Betânia Mecurane, na Amazônia Legal.

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