Moradores do Bailique pedem ajuda ao poder público

Somente na última quinta-feira (28/05), cinco famílias tiveram as casas destruídas durante a noite

Morador da Vila Progresso, no distrito de Bailique, o comerciante Edair da Silva Lopes, já não consegue dormir, temendo acordar durante noite com a casa e família sendo levadas pelas águas.

“A erosão não para. Eu tinha casa, tinha tudo, e agora não tenho mais nada. Perdi tudo. Hoje dependo de um salário que recebo do poder público, mas não tenho mais nada”, relata Edair. Segundo ele, essa já é a sétima casa que constrói e que é  levada pelas águas.

O drama do ex-comerciante é um, entre as centenas de casos de famílias que já tiveram suas casas destruídas pelo fenômeno das “terras caídas” – fenômeno natural que avança sobre as margens dos rios – que atinge a população do arquipélago do Bailique nos últimos anos, deixando famílias inteiras desabrigadas e clamando por ajuda do poder público.

Somente na última quinta-feira (28/05), cinco famílias tiveram as casas destruídas durante a noite, em mais um episódio do avanço das erosões. De acordo com os moradores, mais de 15 pessoas ficaram desabrigadas da noite para o dia.

“Começou às 8 da noite e depois não parou mais. A todo instante era uma casa caindo e sendo levada pelas águas”, conta Edair, ainda abalado.

Famílias sem moradia

Além de Edair, outros moradores como Érika dos Santos Lopes, Darlan Pereira e Elielson Magalhães também perderam suas residências. Agora, dependem da solidariedade dos vizinhos e da ajuda da igreja local para terem onde dormir e o que comer.

Vídeos gravados pelos próprios moradores mostram o colapso das casas, tomadas pela força da água e do solo que cede rapidamente. As imagens revelam a vulnerabilidade das comunidades ribeirinhas diante de um problema que se agrava ano após ano sem solução efetiva.

Comunidade clama por socorro

Em apelo direto, Edair reforça o pedido coletivo por assistência emergencial. “Precisamos do apoio e da ajuda urgente do poder público. Esse ano a erosão veio com mais força. O problema permanece e outras casas ainda serão destruídas“, afirma.

O fenômeno das “terras caídas” já é conhecido no Bailique, mas a falta de ações concretas de prevenção e assistência tem agravado a crise humanitária. Moradores vivem sob constante medo, sem garantias de segurança ou moradia digna, enquanto a terra literalmente desaparece sob seus pés.

A comunidade de Vila Progresso, assim como outras do arquipélago, aguarda uma resposta imediata das autoridades para evitar novas tragédias e garantir o mínimo de dignidade às famílias atingidas.

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