
Segundo o jornal britânico The Guardian, na madrugada deste sábado, 10, a cápsula soviética Kosmos-482, com missão com destino a Vênus, reentrou de forma não controlada na atmosfera terrestre.
Lançada em 31 de março de 1972, foi projetada para pousar com segurança na superfície venusiana, a sonda não conseguiu escapar da órbita terrestre por causa de uma falha no estágio superior do foguete, e seu módulo de descida de cerca de 500 kg permaneceu vagando ao redor do planeta por mais de meio século.
A faixa de reentrada abrangeu latitudes entre 52° N e 52° S, cobrindo praticamente todo o Brasil, do Amapá ao Rio Grande do Sul, e outras regiões próximas à linha do Equador.
Feita com carcaça de titânio e escudos térmicos capazes de resistir a temperaturas superiores a 460 °C, legado do programa Venera, havia previsão de que partes consideráveis da estrutura pudessem chegar quase intactas ao solo.
Até poucas horas antes da queda, o ESA Space Debris Office manteve previsões atualizadas, apontando a reentrada para o início da madrugada de sábado, com margem de erro de até 4 h 30 min.
Quando a Kosmos-482 passou por uma estação de radar na Alemanha sem ser detectada, os técnicos concluíram que grande parte da sonda já havia se desintegrado na atmosfera.
Embora portais locais no Amapá tenham especulado sobre a possibilidade da queda de fragmentos na região, estudos do Projeto Brasileiro de Pesquisas de Meteoros Exoss e informações do astrônomo Marcelo Zurita indicam que o impacto mais provável teria sido sobre o norte do Oceano Pacífico. Até o momento, não há registro de destroços em solo brasileiro.