UNICEF alerta para cuidados com crianças em meio a enchentes no Amapá

Diante das recentes enchentes que atingem municípios do Amapá, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reforça a importância de cuidados específicos com crianças e adolescentes, que são as mais impactadas em desastres e emergências. As inundações impactam profundamente a vida dos pequenos, deixando-os expostos a doenças causadas por água contaminada, medos e traumas.  

“Crianças são as mais vulneráveis em crises como essa. Precisamos agir agora para proteger sua saúde, segurança e bem-estar psicológico, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e suas necessidades atendidas”, afirma Lídia Pantoja, Oficial de Saúde e Nutrição do UNICEF.

É fundamental que mães, pais, cuidadores e profissionais estejam atentos às necessidades físicas e emocionais das crianças durante e após esses eventos. Sabendo dos impactos de emergências como esta na infância, o UNICEF preparou uma série de orientações para aqueles que estão atuando no atendimento de meninas, meninos e adolescentes. Confira as principais recomendações a seguir:

1. Prevenção de doenças

  • Água potável é essencial: evite o consumo de água contaminada. Se não houver água tratada, ferva ou use hipoclorito de sódio para desinfecção da água. O produto pode ser obtido gratuitamente com agentes comunitários de saúde, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou na Secretaria Municipal de Saúde. Para uso seguro, siga as orientações do rótulo ou do profissional de saúde.
  • Higiene pessoal: lave as mãos frequentemente com água e sabão, principalmente antes de comer e após contato com água de enchente.
  • Cuidado com diarreias e infecções: sintomas como febre, manchas no corpo, vômitos ou diarreia devem ser tratados com atenção imediata. Procure atendimento na unidade de saúde mais próxima.
  • Arboviroses (como dengue, zika e chikungunya): Elimine focos de água parada, mesmo em pequenos recipientes. Use repelente adequado para crianças e, quando possível, vista-as com roupas que cubram braços e pernas. Em locais com alta infestação, a instalação de mosquiteiros também é recomendada.

2. Proteção física e emocional das crianças

  • Mantenha as crianças longe de áreas alagadas para evitar riscos como afogamento, contaminação por água suja ou animais peçonhentos.
  • Garanta que elas estejam em locais seguros e secos, preferencialmente em abrigos oficiais com condições adequadas de higiene.
  • Ofereça apoio emocional: crianças podem ficar assustadas ou confusas. Ouça suas preocupações, valide seus sentimentos e mantenha uma rotina na medida do possível.
  • Se a criança não quiser conversar, não a pressione. Se a criança chorar, não  peça para parar ou reprima suas emoções: o choro também é uma forma saudável de descarga emocional.
  • Explique de forma real e simples o que está acontecendo. Evite mentir, como dizer que “isso não vai acontecer de novo”.
  • Na medida do possível, tente retomar uma rotina e procure proporcionar espaços de brincadeira com outros meninos e meninas. Estimule que a criança desenhe, pinte, ouça música e brinque.  
  • Sempre forneça informações corretas sobre uma situação de crise. Se não souber responder, proponha descobrirem juntos e juntas.

3. Segurança em abrigos

  • Espaços amigáveis para crianças: é fundamental que os abrigos tenham áreas seguras onde crianças possam brincar e receber apoio psicossocial.
  • Proteção contra violência: desastres e situações de emergência expõem crianças e adolescentes a maiores riscos de abuso e exploração. Fique atento a comportamentos incomuns e denuncie violações ao Disque 100.

4. Retorno às atividades escolares

  • Priorize a volta às aulas, mesmo que em ambientes temporários, para restabelecer a sensação de normalidade e garantir aprendizagem. Isto é importante para o seu desenvolvimento, saúde mental e física, além de ser uma proteção contra violências.

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