De acordo com o estudo, a taxa no Amapá é de 122,5, seguido da Bahia com 83,4 e Espirito Santo com 66,0.

Segundo o Atlas da Violência, divulgado nesta segunda-feira, quase metade dos homicídios do Brasil foram de jovens de 15 a 19 anos.
Entre as 26 Unidades da Federação e mais o Distrito Federal as piores taxas de assassinatos de jovens de 15 a 19 anos, no cálculo proporcional para cada 100 mil habitantes, foram registradas no Amapá, Bahia e Espírito Santo.
De acordo com o estudo, a taxa no Amapá é de 122,5, seguido da Bahia com 83,4 e Espirito Santo com 66,0.
Entre os Estados da Região Norte somente o Amapá e o Amazonas, com taxa de 37,4, estão entre os dez estados com os maiores indíces.
Segundo o Atlas da Violência, a morte violenta é a principal causa de óbitos de jovens no país. Em 2023, quase metade dos homicídios registrados foi de jovens — 21.856 dos 45.747 casos, ou 60 jovens assassinados por dia. De 2013 a 2023, o Brasil perdeu 99.003 vidas de crianças e adolescentes de até 19 anos, todas vítimas de homicídios.
Taxas de homicídios de jovens de 15 a 19 anos por 100 mil habitantes, em 2023
- Amapá: 122,5
- Bahia: 83,4
- Espírito Santo: 66,0
- Pernambuco: 52,6
- Ceará: 50,5
- Alagoas: 45,3
- Rio de Janeiro: 46,8
- Paraíba: 37,8
- Amazonas: 37,4
- Rio Grande do Norte: 35,9
- Acre: 32,8
- Maranhão: 32,8
- Sergipe: 32,9
- Tocantins: 31,9
- Roraima: 31,6
- Brasil (média nacional): 31,5
- Mato Grosso: 39,5
- Pará: 28,4
- Rondônia: 27,7
- Paraná: 24,4
- Rio Grande do Sul: 22,5
- Piauí: 21,8
- Goiás: 21,6
- Mato Grosso do Sul: 21,0
- Minas Gerais: 16,8
- Distrito Federal: 10,0
- Santa Catarina: 10,0
- São Paulo: 6,8
A pesquisa sugere que o tipo de violência muda à medida que a criança cresce. Os infantes (0 a 4 anos) sofrem principalmente com a negligência (61,4%). Crianças (5 a 14 anos) são mais vítimas de violência psicológica (54,8%) e sexual (65,2%). Já os adolescentes (15 a 19 anos) são os principais alvos de violência física (58,2%).
A pesquisa ressalta que, além da violência ocasionado por familiares, é preciso se atentar para as “consequências severas sobre a saúde mental das crianças e adolescentes que vivem nesses ambientes, o que pode ocasionar um quadro de ansiedade e depressão”. O estudo diz que um reflexo disso é o crescimento no número de crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos que se suicidaram nos onze anos analisados.
De acordo com o Atlas, o número de suicídios nessa faixa etária passou de 785 casos, em 2013, para 1.120, em 2023, um acréscimo de 42,7%. “É crucial, portanto, implementar políticas públicas que adentrem nos domicílios para orientar as famílias, além de promover intervenções educacionais, com ampliação dos espaços de diálogo. É fundamental ainda reforçar políticas de igualdade e respeito para garantir a saúde física e mental de nossas crianças”, reforça a pesquisa.