O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), Adão Carvalho, negou liminarmente o pedido de soltura do homem apontado como mandante do assassinato de Antônio Candeia, conhecido como Maranhão. O crime aconteceu no dia 23 de novembro, em uma fazenda no município de Amapá.
A defesa alegou que Francisco Canindé compareceu espontaneamente à Delegacia de Polícia logo após o crime, e garante que solto, ele não represente perigo à sociedade
E na tentativa de afastar a acusação de que o crime foi premeditado, a defesa diz que os envolvidos não sabiam que Antônio Carlos, que fez os disparos, estava armado.
Ao indeferir liminarmente o Habeas Corpus, o desembargador descreveu alguns fatos que antecederam a morte de Maranhão. Lembrou que na manhã do crime, Canindé compareceu à delegacia e registrou B.O. alegando estar sofrendo ameaças da vítima, que supostamente teria ateado fogo em suas terras.
Mais tarde, no mesmo dia, ele retornou já comunicando a morte da vítima e simulando que não teria participado do crime. O desembargador segue relatando que Canindé se dirigiu em seu automóvel ao encontro da vítima, acompanhado de outras pessoas, dentre elas, Antônio Carlos Lima de Araújo que estava armado.
Disse que Canindé tem histórico de envolvimento contumaz em disputas de terras na região, sendo esta só mais uma ocorrência de conflitos fundiários. Garantiu que nesse caso, as circunstâncias revelam que o encontro foi “deliberadamente arquitetado” com o forte indício que aponta para a participação do acusado como mandante do crime.
Ele conclui que há receio de que, em liberdade, Canindé possa interferir na colheita de provas e na instrução criminal, especialmente considerando sua posição e influência na região. Ele é marido da prefeita eleita de Amapá Kelly Lobato.
A decisão liminar é do dia 21/12.