
Antônio Carlos Lima de Araújo e Francisco Canindé da Silva, vão ser julgados por um júri popular, pelo assassinato do fazendeiro Antônio Candeia de Oliveira, o “Maranhão” de 80 anos de idade, crime ocorrido no dia 23 de novembro de 2024, em uma fazenda no município de Amapá.
O juiz Mark William Madureira da Costa, da Vara Única de Amapá, decidiu pela pronúncia nesta quarta-feira (8). Os dois vão ser julgados por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e utilização de arma de fogo de uso restrito ( tipo pistola 9mm).
Durante a audiência de instrução realizada na Comarca de Amapá, o sargento da reserva do Exército Antônio Carlos, admitiu ter matado o idoso, alegando ter agido em legítima defesa. Já o fazendeiro Francisco Canindé negou ser o mandante do homicídio. Nos dois casos, o juiz Mark William considerou que o que há no processo são indícios e provas contrárias a essas alegações. O dia do julgamento ainda não foi definido.
Laudo do vídeo
A Polícia Técnica fez laudo do vídeo que mostra o assassinato do agricultor Maranhão. Os peritos descreveram que é possível observar que Antônio Carlos porta uma arma de fogo desde o início da gravação e a vítima segurava apenas uma sacola plástica preta na mão esquerda.
Antônio Carlos empurra e atira quatro vezes seguidas em Maranhão, que ferido, se abaixa para pegar sua arma de fogo na sacola. O militar da reserva desfere o quinto disparo. Em seguida, ambos armados, entram em luta corporal.
Ainda segundo os peritos, há um sexto disparo que, pela gravação, não é possível determinar de qual arma saiu. No final do vídeo, Antônio Carlos continua apontando a arma de fogo para a vítima, já caída e sem reação.
O exame pericial conclui que não houve possibilidade de defesa da vítima, já que Antônio Carlos estava com a arma de fogo empunhada desde o início da gravação.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Amapá (MP-AP), o crime foi premeditado, já que a ideia era provocar Maranhão, ao ponto dele esboçar uma reação para servir de pano de fundo para que a matassem e, posteriormente, alegar legítima defesa.
O plano também incluiu a presença de mais duas pessoas para não despertar qualquer suspeita, e assim, fazer parecer que o encontro com a vítima teria sido casual.