Em presídio de segurança máxima, “Tio Chico” reclama de proibição de visita íntima e pede retorno para o Iapen 

Tio Chico é considerado um dos criminosos mais periculosos do sistema prisional. Líder da Facção Família Terror do Amapá, ele comandava crimes de dentro do Iapen

Ryan Richelle dos Santos Menezes, o Tio Chico foi transferido para o presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, em setembro de 2022. Dois anos depois foi para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Como líder da FTA no estado, ele estimulava a rivalidade entre as facções criminosas que atuam no Amapá pelo tráfico de drogas. De dentro da cela, ordenava assassinatos de adversários e outros crimes. 

De acordo com as autoridades policiais, Tio Chico também atuava na cooptação de agentes públicos dentro e fora do Iapen. Em um dos casos, em 2022, foram encontradas conversas no celular dele com o delegado Sidney Leite. 

As conversas revelaram que o delegado daria apoio logístico para a fuga de Tio Chico, que tentava a transferência para o regime domiciliar. O esquema envolvia o aluguel de um apartamento e um carro blindado para facilitar sua fuga.

Para conseguir a progressão de regime, o criminoso alegava problemas de saúde e contava com a colaboração de servidores do Iapen e advogados mediante o pagamento de propina.

Tio Chico é réu em cinco ações penais por comércio ilegal de arma de fogo e de munição, integrar organização criminosa, homicídio qualificado, tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo e lesão corporal grave.

Quase três anos preso fora do estado, a defesa de Ryan Richelle dos Santos Menezes pede à justiça que ele volte ao iapen. Alega que não há risco à segurança pública local, capaz de justificar sua permanência no presídio federal. 

Defende que a sua transferência tem caráter meramente punitivo, sendo um paliativo para compensar as falhas decorrentes do sistema penitenciário e não se baseia em ameaça concreta.

Ele reclama do rigor do sistema penitenciário federal. Alega que o regime de isolamento em cela individual por 22h por dia, com apenas duas horas de banho de sol, proibição de visita íntima e falta de contato pessoal durante as visitas têm agravado o seu quadro de saúde. 

O Ministério Público do Amapá (MP-AP) se manifestou contra o pedido. O caso deverá ser avaliado nos próximos dias pelo Tribunal de Justiça do Amapá (TJ-AP)

COMPARTILHE!

Comentários:

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress