
Na manhã desta terça-feira (7), a Justiça Federal homologou a prisão em flagrante e converteu para preventiva a prisão do oficial da Polícia Militar do Amapá, Adalberto Clementino Leite, de 43 anos, preso durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão no contexto de uma investigação sobre tráfico internacional de drogas. A decisão foi proferida pelo juiz federal Jucélio Fleury Neto, da 4ª Vara Federal do Amapá, durante audiência de custódia realizada às 11h.
Segundo a ata da audiência, Adalberto foi flagrado com aproximadamente 830g de cocaína em forma de base livre, escondida em uma caixa de sapato dentro do guarda-roupa, além de uma balança de precisão e 225 munições intactas de calibres variados, incluindo de uso restrito, como .40, .45, 556 e 9mm. Os itens estavam em sua casa, e nenhum deles possuía registro ou autorização legal.
O juiz entendeu que a prisão em flagrante ocorreu de forma legal e que os elementos reunidos até o momento justificam sua conversão em prisão preventiva, diante da gravidade concreta dos fatos e dos riscos à ordem pública. A decisão apontou que Adalberto, que atua como policial militar na fronteira Brasil–Guiana Francesa, é investigado por atuar como segurança e cooptador de uma organização criminosa transnacional envolvida no tráfico de drogas, e que sua permanência em liberdade poderia comprometer a instrução criminal e permitir a reiteração das condutas criminosas.
A defesa, representada pelo advogado Charlle Sales Bordalo, sustentou que o imóvel onde a droga foi encontrada estaria alugado e que o acusado não se encontrava no local no momento da apreensão, pedindo o relaxamento da prisão, o que foi negado.
Ainda segundo a decisão, o juiz declinou a competência do caso para a 11ª Vara Federal da Seção Judiciária do Ceará, onde tramita o procedimento investigatório originário que apura a atuação da organização criminosa com ramificações no Amapá, Ceará e Europa. A medida visa unificar os processos relacionados e evitar decisões contraditórias.
Adalberto permanecerá preso preventivamente e à disposição da Justiça Federal do Ceará, que dará continuidade à tramitação do processo.